Os constantes atrasos dos recursos para os hospitais filantrópicos, por parte do Governo do Estado, está prejudicando o atendimento à população e também gerando demissões de funcionários. Nesta quarta-feira (15), deputados da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, foram recebidos pelo secretário da Casa Civil, Márcio Biolchi, e pelo líder do governo deputado Gabriel Souza (PMDB). No encontro, o líder da bancada do PSDB, deputado Pedro Pereira, cobrou agilidade e rapidez do poder executivo.
O parlamentar tucano disse que a saúde, assim como a segurança pública e a educação deveriam ser tratadas como prioridade em qualquer governo. “A situação é muito grave, os repasses dos programas não deveriam atrasar nunca. A população deve ter um tratamento adequado e necessita do acesso a especialistas e procedimentos corretos. Muitas vidas são perdidas e o pior: estão morrendo até mesmo de gripe A”, declarou.
Segundo a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS, são 245 instituições filantrópicas em todo o Estado, responsáveis por 73% de toda a assistência prestada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A dívida destes estabelecimentos já ultrapassa R$ 1,4 bilhão e os atrasos dos programas está em R$ 180 milhões. A crise financeira dos hospitais também é causada pelo governo Federal que, como o Estado atrasa os repasses de recursos. Em todo o Brasil, 218 hospitais sem fins lucrativos, 11 mil leitos e 39 mil postos de trabalho foram fechados. A dívida da União com o segmento filantrópico ultrapassa R$ 21 bilhões.
A falta destes recursos atinge ainda as prefeituras. “Muitos dos nossos prefeitos deixam de aplicar em outras áreas, para investir em saúde. São verdadeiros heróis”, enfatizou Pereira.
Desemprego
A Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do RS (FEESSERS) informou que a rede hospitalar filantrópica conta com 65 mil trabalhadores com vínculos formais. Destes, 18 mil estão recebendo salários atrasados, cinco mil saíram de férias e não receberam, 60% das instituições têm dívida com os médicos e seis mil funcionários da saúde já perderam seus empregos.
Texto e Foto: Rafael Ribeiro – MTE 17665/RS